
Muita gente fala de meio ambiente como uma coisa distante, de outro planeta, ignorando se tratar do lugar onde vive e o responsável pela sua sobrevivência. Então, compra fácil baboseiras tipo ‘a ecologia atrapalha o progresso’. Na verdade, o que astravanca o pogréçio é a inguinoransa, já afirmava antigo personagem da televisão.
O hommo sapiens tem uma relação conflituosa com a Natureza desde que pisou no Jardim do Éden, desprovido de pelo, garras e chifres, enfrentando um perrengue pela sua sobrevivência. Foi obrigado a usar o cérebro para desvendar e entender seu funcionamento, adquirindo conhecimento suficiente para superar esta desvantagem e posar de dono e senhor.
Parque Nacional de Ubajara, por Antonio Maria
Inebriado pelo sucesso, o homem tratou de inventar um deus que justificasse as suas barbaridades: o dinheiro, oferecendo-lhe em sacrifício sua dignidade e seus princípios. Não por acaso, na Antiguidade Clássica talento era uma moeda.
O final da história não surpreende. A exploração sem nenhuma racionalidade dos recursos naturais, com o único objetivo de juntar uma grana o mais rápido possível, ameaça a continuidade da vida no Planeta. Os sacerdotes do dinheiro negam os sinais do desastre, cada dia mais visíveis, enquanto correm pra entesourar rápida e vorazmente o que está disponível e se dedicam a construir nichos onde crêem ficar a salvo da catástrofe. E levam no bico pessoas crédulas e de boa fé.
E então? Dá pra fazer alguma coisa ou só esperar o inevitável?





“Pior que a realidade, só mesmo as perspectivas” disse certa vez um economista mineiro. Mas, visitando uma Unidade de Conservação (destas que são alvos de uma cruzada pelos arautos da bufunfa), a gente vê que a Natureza se regenera numa boa, livre da interferência dos humanos.
Não está passando da hora de voltar a usar o cérebro?