Luís Gonzaga, o Lua, Rei do Baião, viajante contumaz e inveterado, diz em uma de suas canções existirem coisas que “pra mode ver o cristão tem que andar a pé”.

Matou a pau o Mestre Lua. Usufruir cada lugar e momento, empregando os cinco sentidos, de mente e coração abertos é o que torna sua viagem uma experiência única, marcante e inesquecível.
Em sua origem o ser humano era nômade, obrigado a deslocamento constante para obter seu alimento. Só quando domesticou as sementes e os animais, dando início à agricultura, se fixou num canto, resultando nestas cidades onde vive hoje. Mas conserva o verme de sair do seu abrigo para explorar lugares novas, sempre que surge a ocasião.

Por séculos, aventureiros, exploradores, artistas, cientistas deixaram o conforto do seu lar e se lançaram pelo mundo a conhecer novas terras e gentes, deixando relatos que incendiavam a imaginação de seus contemporâneos, granjeando admiração e prestígio.

No século XX, com o incremento dos transportes e comunicações, se consolida a indústria do turismo, que procura suprir esta característica do ser humano. Um negócio respeitável. Nos anos 1960, jovens do mundo inteiro, mochilas nas costa e polegar pedindo carona, botam o pé na estrada, contestando a pasteurização do turismo industrial e buscando novas formas de se relacionar com o mundo, dentro do lema Paz e Amor, descobrindo lugares esotéricos e paradisíacos, como São Tomé das Letras, Arembepe, Canoa Quebrada, hoje arroz de festa das agências de turismo.
Mas o mundo gira e a Lusitana roda. A preocupação com a ecologia, a sustentabilidade; o cuidado com a saúde do corpo e as práticas de exercícios físicos; o gosto da aventura e o amor à natureza fazem surgir neste século um novo tipo de viagem, que contempla à perfeição o dito de Luís Gonzaga. Uma viagem em que o percurso é tão importante quanto o destino, pra mode o cristão ver tudo aquilo que o caminho oferece. Um barato, o cicloturismo.

Pô, legal bicho!
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Vou remexendo as lembranças e botando pra fora.
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…é viva o povo nordestino que vai a pé, no jegue, no pau de arara pra mode ver e pro mode mostrar tanta cultura!
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