A Natureza foi generosa com Ubajara, criando aqui um idílico Jardim do Éden, que habita a cabeça de todo cristão. O Parque contribui para sua conservação e funciona como um chamariz para os visitantes, que fazem da cidade o ponto de partida para conhecer as belezas da Ibiapaba.
Já os habitantes não retribuem tanta generosidade. Fora dos limites do parque, as nascentes e cursos d’água que alimentam suas cachoeiras e os rios que correm para o poente, em direção ao Piauí, se encontram em avançado estado de degradação. O mesmo descuido se observa no trato da cidade, seja pelos moradores, seja pelas autoridades.
De resto, coerente com o egoísmo do ser humano, incapaz de se ver como integrante de uma cadeia ecológica, crente que a vida gira em torno do próprio umbigo. Verdade que alguns empresários começam a entender que as belezas naturais podem ser fonte de lucro e se preocupam com empreendimentos minimamente sustentáveis. Menos mal, mas muito já perdemos.



Seguindo os rios que já não serpeiam tão cantantes encontramos a Cachoeira do Boi Morto, muito frequentada aos domingos e palco do encerramento do carnaval ibiapabano, na quarta feira de Cinzas. Mais à frente, o açude Jaburu, com alguns balneários, de onde os mais dispostos podem enfrentar árdua trilha até a belíssima Cachoeira do Frade, simplesmente indescritível, e ainda preservada pela dificuldade de acesso, mas ameaçada pela falta de um plano de exploração.
Conhecer uma produção industrial de rosas oferece um contraponto à natureza, sem deixar de lado a beleza. Acompanhar todo o processo produtivo e entender porque o clima da região atrai este tipo de investidor é uma boa forma de encerrar a visita. De quebra ainda faz um escalda pé de pétalas de rosa ou monta um buquê para levar de lembrança. Mas, nada de esquecer de voltar.