De volta a Ubajara

No último post chegamos a Ubajara e seus engenhos de rapadura. Veremos, agora, duas ou três coisas sobre a princesa da Ibiapaba, bonita por natureza, como é chamada por tantos que fazem dela seu meio de vida e onde moro desde a última década do século passado.

Encravada no alto da serra/ Onde acaba o agreste sertão, conforme afirma o hino, na Chapada da Ibiapaba, fronteira Ceará/Piauí, com clima ameno, mata que já foi luxuriante, nascentes e olhos d’água que a livravam da escassez hídrica do semiárido, um oásis na paisagem seca do sertão. Situação que lhe permitia (como às outras cidades da região) desenvolver durante o ano inteiro uma agricultura, baseada na cana de açúcar e no café, plantado à sombra das árvores. Abacateiros, mangueiras, jaqueiras, bananeiras completavam a paisagem, garantindo a oferta de frutas na época e das matas se extraia muita ‘madeira de obra’, exploradas, sem plano de manejo, até a sua exaustão.

Mas a joia da coroa é sem dúvida a Gruta de Ubajara, parte de um conjunto de formações geológicas de grande importância espeleológica, paleontológica e arqueológica, que motivou a criação do Parque Nacional de Ubajara, visitado anualmente por milhares de interessados em conhecer sua biodiversidade e beleza cênica. Do Parque, nasceu a ideia da construção do bondinho, teleférico que facilita o acesso à gruta, quando nos 1970 o governo do Estado resolveu olhar para a Região, até então entregue à própria sorte, e procurar desenvolver seu potencial. Uma vocação evidente era o turismo.

O bondinho virou ícone de Ubajara e o responsável pelo dizeres Ubajara Capital do Turismo da Ibiapaba que encontramos na entrada da cidade. Junto com a gruta, da qual é parte indissociável, era atração para turistas do mundo inteiro. Difícil de entender que fique parado por anos, como acontece agora, sem data prevista para a volta, por negligência total dos órgãos responsáveis. E pela segunda vez, desde sua inauguração. Mas isso é assunto pra outra conversa.

Agora, vamos falar de gente que faz. Sem esperar pela solução que vem pronta, o ICMBio, sob a batuta do Chefe do Parque, junto com o pessoal da COOPTUR resolveu incrementar e dinamizar as trilhas já existentes, oferecendo várias opções de visita, que atendem a demandas diversas. Incluindo uma trilha noturna nas noites de lua cheia, encantadora e romântica. Os visitantes responderam positivamente. E o Parque Nacional de Ubajara está mais vivo do que nunca.

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