O bom de fazer aniversário é que os amigos descobrem em você qualidades das quais você nem suspeitava. E lhe cobrem de mimos e elogios que fazem um bem danado ao corpo e ao espírito. Nesse tempo de redes sociais, acaba na boca do mundo, enfeitando uma biografia sem grandes feitos. No último dia 7, quando botei 2 anos em cima dos 70 já vividos, não foi diferente. Com carinho e generosidade, se fizeram presentes. Sou imensamente grato.
Afinal, o que vale mesmo na vida é a partilha. Ninguém é uma ilha isolada e autossuficiente. Estamos sempre a fim de dividir nossas alegrias e tristezas com aqueles que nos cercam, sendo estímulo ou amparo, conforme o caso. O resto é conversa pra boi dormir.
Pegando o gancho na léria que os amigos fizeram em 1976, sou apenas um rapaz latino-cearense, sem dinheiro no banco, morando no interior. Na lembrança, uma canção do rádio onde um antigo compositor baiano me dizia: é preciso estar atento e forte / não temos tempo pra temer a morte. Com uma enxada na mão e o sentimento do mundo vivo o presente de mãos dadas com os companheiros, consciente de fazer parte de uma mesma espécie, que habita uma casa comum. Que venha agosto.
