
Eleição é tempo de esperança. Uma oportunidade de escolher o destino que queremos para a cidade, o estado, o país. Hora de sonhar, discutir rumos, formular propostas para que os benefícios do progresso cheguem a todas as pessoas que o tornaram real.
A imprensa, escrita, falada e televisada, de propriedade de poucas famílias, que comungam a mesma visão, tem opinião diferente. Seus donos têm a convicção que trânsito caótico, urbanização desordenada, falta de saneamento, especulação imobiliária, transporte público deficiente, educação e saúde em frangalhos, fome e miséria são a ordem natural das coisas, talvez desígnio divino, de uma divindade cruel que pune desde o berço crianças que não tiveram nem ainda a chance de pecar.
E com essa elevada régua moral atacam, ridicularizam, combatem toda e qualquer proposta que ouse discutir problemas e apresentar caminhos para superá-los. O padrão é evitar discutir o assunto e atacar o proponente como utópico, desinformado, inexperiente, incompetente, ingênuo ou qualquer adjetivo do mesmo jaez.
Vale tudo nessa guerra de desinformação. Manchetes ou chamadas com sentido oposto ao que está na matéria, ‘analistas‘ escolhidos a dedo para distorcer o proposto, emudecendo a voz do autor, somando com a manipulação na divulgação das pesquisas eleitorais, chegando, na última eleição, à divulgação de pesquisa falsa, sob o olhar conivente da justiça eleitoral. Até a biografia dos candidatos é distorcida sem o menor pudor, alimentando as redes sociais com uma enxurrada de mentira. E não vejo no horizonte nenhum Moysés Vianna.
Diante disso não é difícil imaginar o teor das análises do resultado eleitoral. Segue exatamente a mesma linha, já de olho na narrativa a ser construída para a eleição seguinte. Os barões da mídia são a voz das arcaicas classes que mandam no Brasil desde 1500. Fizeram um recreio democrático dos 1980, quando os militares devolveram o país com a economia em frangalhos até 2005, confrontados com a realidade de ser possível crescimento econômico com inclusão social. Aí já é demais.
Eleição realizada muita coisa se moveu debaixo de ensurdecedor silêncio. As forças reacionárias estão coesas e unidas no grande acordo do Jucá com Supremo, com tudo. Eleição e voto secreto é fantasma que lhes tira o sono. Pipocam matérias sobre a validade do voto, seja na urna eletrônica, aqui, seja no papel, no país pra cuja bandeira batem continência servil. Mas, a vida continua…

Salvemos nossa Bandeira. Ergamos nossas bandeiras.