
No presépio da igrejinha do interior, o jesuscristinho na rede retrata com perfeição o significado do Natal. É o Deus que se fez homem e habita entre nós. O jeito novo e adequado de ler as Escrituras, livrando-as do ranço colocado pelos próceres religiosos.
Não é um deus acima de todos que castiga e condena, muitas vezes castigando antes de condenar, mas um Deus que assume o que fez e se funde com sua criação e com suas criaturas. Isso subverte o estabelecido. Não mais príncipes e súditos, senhores e escravos, escolhidos e esquecidos. Mas o ser humano igualado sem distinção como sujeito responsável por sua história.
Diz o evangelho que os anjos anunciaram a boa nova. Detalhe, não foi para os reis, potentados, notáveis ou celebridades. Foi para a gente humilde e os estrangeiros, considerados inferiores pelos cidadãos de bens. E a estrela marca o lugar onde ocorre a maravilha.
Isso é o Natal, a festa da inclusão. Independente de cor, sexo, renda, credo, a grande família humana irmanada na responsabilidade de viver o presente, de mãos dadas com todos, sem comprometer o futuro das gerações por vir.
