
Soube de Quixaba pelo Afonsinho, Afonso Celso Garcia Reis, o Barba, craque de bola e de cidadania. Uma pacata vila de pescadores, sobriamente bela. Ali, ao lado de Canoa Quebrada, o paraíso mágico descoberto pelos hippies na década de 1970, sonhado pra ser uma comunidade de paz e amor, que hoje chama sua rua principal de Broadway.





Já neste séc XXI, Pedro Caram, cicloturista juramentado, pousou por lá em um dos pedais que faz pelo litoral cearense. E deu a dica do lugar perfeito para uma parada no meio das andanças articulando o trabalho da agricultura familiar.





Não deu outra. Logo, logo, estou aboletado na casa de um morador, conhecendo a Quixaba pelos olhos dos nativos. Uma experiência que nos leva a pensar no comportamento que assumimos como turistas. Via de regra, achamos que nada existia no lugar antes de nossa chegada e tudo ali deve atender aos nossos desejos.





Mas de tempos existe no local uma comunidade que vive do que lhe oferecem o mar e a terra, com hábitos e tradições conservados de geração a geração. Convivem, hoje, com pessoas de cidade e celebridades que compraram teremos e fizeram casas chiques de verão. Quase sempre de boas. Mas contam as coisas de sua terra com carinho e orgulho, acompanhados, atualmente, com fotos e vídeos.



Tem uma regata de paquetes e jangadas, levado muito a sério pelos competidores. Um Festival do Camarão, em julho/agosto. Um resgate de danças tradicionais, como o coco praiano. A conscientização sobre o meio ambiente, preservando espécies ameaçadas do litoral. E, cereja do bolo, a encenação da Paixão de Cristo, na semana santa, envolvendo com paixão toda a comunidade. Não tive ainda a chance de ver nenhum dos eventos. Mas deixo aqui este documentário pra fazerem ideia.
Quando der, vá lá e se apaixone.
