Dia da Terra

No meu primeiro (e único) ano do curso de Ciências Econômicas, na UFC, em 1967, ouvi algo sobre necessidades ilimitadas e recursos escassos. Na vida real, venho satisfazendo minhas limitadas necessidades com uma tremenda escassez de recursos. E vendo, ao longo da vida, governos, empresários, economistas torrarem recursos como se fossem abundantes e ilimitados.

Desde os 1970, quando vozes mais lúcidas alertavam para o descalabro que cometíamos contra o Planeta, ameaçando o futuro da humanidade, uma súcia de aloprados se dedica a criar argumentos falaciosos pra justificar o crime. Um dos mais baixos, é o papo furado de justificar a devastação pela necessidade de alimentar uma população crescente. Que se desmancha diante do fato de termos produção suficiente para isso e a fome existe pela distribuição de renda e não pela falta de comida. Uma verdade inconveniente para os que professam os dogmas econômicos colocados em moda nos governos Reagan/Thatcher, nos anos 1980.

22 de abril, Dia da Terra, Biden provoca uma Cúpula do Clima, pra mostrar sua preocupação com o tema. Próceres do mundo inteiro fazem promessas de contribuição ao controle do aquecimento global. Apresentam medidas pífias, parciais, procrastinatórias, verdadeiro PPP. Não é de estranhar que a mídia nativa tenha saudado como avanço civilizatório as mentiras faladas pelo presidente do Brasil. Falta ousadia, seriedade, comprometimento com a pauta.

O SARS-CoV-2 é um claro alerta da Natureza sobre a nossa estupidez. Pelo visto, sem sucesso. O que vemos é tentativa de soluções meia boca pra voltar ao normal, entendido como a vida de desmandos que a gente levava. Vozes mais lúcidas de cientistas, políticos, pensadores e poetas são expostas ao silêncio. Aquele comportamento de herdeiros sem noção que dilapidam fortunas construídas pelos antepassados. Origem do ditado: pai rico, filho nobre, neto pobre. Quando surgiu na Terra o ser humano encontrou tudo pronto. Por estupidez e ganância, ou vice versa, se dedicou a destruir o que tava feito, se lixando para as consequências. Já somos os bisnetos. A hora de parar é agora. Depois não haverá tempo. Ou estaremos extintos.

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